Se teu sistema tiver suporte UEFI e você desejar inicializar o LFS
com UEFI, você deveria ignorar as instruções nesta página, mas
ainda assim aprender a sintaxe do grub.cfg
e o método para especificar uma partição
no arquivo a partir desta página e configurar o GRUB com suporte
UEFI usando as instruções fornecidas na
página BLFS.
Configurar o GRUB incorretamente pode tornar teu sistema inoperável sem um dispositivo alternativo de inicialização, como um CD-ROM ou unidade USB inicializável. Esta seção não é exigida para inicializar teu sistema LFS. Você possivelmente queira apenas modificar teu carregador de inicialização atual, por exemplo, Grub-Legacy, GRUB2 ou LILO.
Certifique-se de que um disco de inicialização de emergência esteja
pronto para “resgatar” o computador se o computador se
tornar inusável (não inicializável). Se já não tiver um dispositivo
de inicialização, você consegue criar um. Para a finalidade de que
o procedimento abaixo funcione, você precisa saltar adiante para o
BLFS e instalar xorriso
oriundo do pacote
libisoburn.
cd /tmp grub-mkrescue --output=grub-img.iso xorriso -as cdrecord -v dev=/dev/cdrw blank=as_needed grub-img.iso
O GRUB usa estrutura de nomenclatura própria dele para unidades e
partições na forma de (hdn,m), onde n é o número da unidade rígida e
m é o número da partição. Os
números da unidade rígida começam do zero, porém os números da
partição começam do um para partições normais (do cinco para
partições estendidas). Observe que isso é diferente de versões
anteriores, onde ambos os números começavam do zero. Por exemplo, a
partição sda1
é (hd0,1) para o GRUB e sdb3
é (hd1,3). Em contraste com o Linux, GRUB
não considera unidades de CD-ROM como unidades rígidas. Por
exemplo, se usar um CD em hdb
e uma
segunda unidade rígida em hdc
, essa
segunda unidade rígida ainda seria (hd1).
O GRUB funciona escrevendo dados na primeira trilha física do disco rígido. Essa área não é parte de nenhum sistema de arquivos. Os programas lá acessam módulos do GRUB na partição de inicialização. O local padrão é /boot/grub/.
O local da partição de inicialização é uma escolha do(a) usuário(a)
que afeta a configuração. Uma recomendação é a de ter uma partição
pequena (tamanho sugerido é 200 MB) separada somente para
informações de inicialização. Dessa forma, cada construção, seja
LFS ou alguma distribuição comercial, consegue acessar os mesmos
arquivos de inicialização e o acesso consegue ser feito a partir de
qualquer sistema inicializado. Se escolher fazer isso, você
precisará montar a partição separada, mover todos os arquivos no
diretório /boot
atual (por exemplo, o
núcleo Linux que você recém construiu na seção anterior) para a
nova partição. Você então precisará desmontar a partição e
remontá-la como /boot
. Se você fizer
isso, tenha certeza de atualizar /etc/fstab
.
Deixar /boot
na partição LFS atual
também funcionará, porém a configuração para múltiplos sistemas é
mais complicada.
Usando as informações acima, determine o designador apropriado para
a partição raiz (ou partição de inicialização, se uma separada for
usada). Para o exemplo seguinte, é assumido que a partição raiz (ou
inicialização separada) é sda2
.
Instale os arquivos do GRUB em /boot/grub
e configure a trilha de inicialização:
O seguinte comando sobrescreverá o carregador de inicialização atual. Não execute o comando de isso não for desejado, por exemplo, se usar um gerenciador de inicialização de terceiro(a) para gerenciar o Master Boot Record (MBR).
grub-install /dev/sda
Se o sistema tiver sido inicializado usando UEFI, grub-install tentará instalar
arquivos para o alvo x86_64-efi, porém aqueles arquivos não
foram instalados no Capítulo 8.
Se esse for o caso, adicione --target
i386-pc
ao comando acima.
Gere o /boot/grub/grub.cfg
:
cat > /boot/grub/grub.cfg << "EOF"
# Inicia /boot/grub/grub.cfg
set default=0
set timeout=5
insmod part_gpt
insmod ext2
set root=(hd0,2)
set gfxpayload=1024x768x32
menuentry "GNU/Linux, Linux 6.16.1-lfs-12.4-systemd" {
linux /boot/vmlinuz-6.16.1-lfs-12.4-systemd root=/dev/sda2 ro
}
EOF
Os comandos insmod
carregam os módulos do GRUB
chamados part_gpt
e ext2
. Apesar da nomenclatura, ext2
na verdade suporta sistemas de arquivos
ext2
, ext3
e ext4
. O
comando grub-install
embutiu alguns módulos na imagem principal do GRUB (instalada no MBR ou na partição BIOS do
GRUB) para acessar os outros módulos (em /boot/grub/i386-pc
) sem um problema de galinha ou
ovo, de modo que, com uma configuração típica, esses dois módulos
já estão embutidos e esses dois comandos insmod não farão nada. Mas eles
não causam danos de qualquer maneira e possivelmente sejam
necessários com algumas configurações raras.
O comando set gfxpayload=1024x768x32 configura a resolução e a profundidade de cor do framebuffer VESA a ser passado para o núcleo. Ele é necessário para o controlador SimpleDRM do núcleo usar o framebuffer VESA. Você pode usar um valor diferente de resolução ou de profundidade de cor que melhor se adeque para teu monitor.
A partir da perspectiva do GRUB, os arquivos do núcleo estão relativos à partição usada. Se você usou uma partição /boot separada, remova /boot da linha linux acima. Você também precisará mudar a linha set root para apontar para a partição de inicialização.
O designador do GRUB para uma partição possivelmente mude se você
adicionou ou removeu alguns discos (incluindo discos removíveis,
como dispositivos USB miniatura). A mudança possivelmente cause
falha de inicialização, pois o grub.cfg
se refere a alguns designadores
“antigos”.
Se desejar evitar tal problema, você possivelmente use o UUID de
uma partição e o UUID de um sistema de arquivos, em vez de um
designador do GRUB para especificar um dispositivo. Execute
lsblk -o
UUID,PARTUUID,PATH,MOUNTPOINT para exibir os
UUIDs dos teus sistemas de arquivos (na coluna UUID
) e partições (na coluna PARTUUID
). Então substitua set root=(hdx,y)
por search --set=root --fs-uuid
; e substitua
<UUID do sistema de arquivos onde o núcleo
estiver instalado>
root=/dev/sda2
por root=PARTUUID=
.
<UUID da
partição onde o LFS estiver construído>
Observe que o UUID de uma partição é completamente diferente do
UUID do sistema de arquivos nessa partição. Alguns recursos
online possivelmente instruam você a usar o root=UUID=
, em vez do
<UUID do
sistema de arquivos>
root=PARTUUID=
,
porém fazer isso exigirá um initramfs, o qual está além do escopo
do LFS.
<UUID da partição>
O nome do nó de dispositivo para uma partição em /dev
também possivelmente mude (isso é menos
provável que uma mudança do designador do GRUB). Você também pode
substituir caminhos para nós de dispositivo, como /dev/sda1
, por PARTUUID=
, no <UUID da
partição>
/etc/fstab
, para evitar uma potencial falha de
inicialização no caso do nome do nó de dispositivo tiver mudado.
O GRUB é um programa extremamente poderoso e ele fornece um tremendo número de opções para inicializar a partir de uma ampla variedade de dispositivos, sistemas operacionais e tipos de partição. Existem também muitas opções para personalização, tais como telas gráficas de abertura; reprodução de sons; entrada gerada de mouse; etc. Os detalhes dessas opções estão além do escopo desta introdução.
Existe um comando, grub-mkconfig, que consegue escrever um arquivo de configuração automaticamente. Ele usa um conjunto de scripts em /etc/grub.d/ e destruirá quaisquer personalizações que você fizer. Esses scripts são projetados primariamente para distribuições não fonte e não são recomendados para o LFS. Se você instalar uma distribuição comercial do Linux, existe uma boa chance de que esse programa seja executado. Tenha certeza de produzir uma cópia de segurança do teu arquivo grub.cfg.