Os aplicativos executando no espaço do(a) usuário(a) utilizam vários sistemas de arquivos criados pelo núcleo para comunicar com o próprio núcleo. Esses sistemas de arquivos são virtuais: nenhum espaço em disco é usado por eles. O conteúdo desses sistemas de arquivos reside em memória. Esses sistemas de arquivos precisam estar montados na árvore de diretórios $LFS, de modo que os aplicativos consigam encontrá-los no ambiente chroot.
Comece criando os diretórios nos quais esses sistemas de arquivos virtuais serão montados:
mkdir -pv $LFS/{dev,proc,sys,run}
      
          Durante uma inicialização normal de um sistema LFS, o núcleo
          automaticamente monta o sistema de arquivos devtmpfs no diretório /dev; o núcleo cria nós de dispositivo naquele
          sistema de arquivos virtuais durante o processo de inicialização ou
          quando um dispositivo for primeiro detectado ou acessado. O daemon
          udev possivelmente mude a propriedade ou as permissões dos nós de
          dispositivo criados pelo núcleo e crie novos nós de dispositivo ou
          links simbólicos para facilitar o trabalho dos(as) mantenedores(as)
          de distribuição e de administradores(as) de sistema. (Veja-se o
          Seção 9.3.2.2,
          “Criação de Nó de Dispositivo” para detalhes). Se o núcleo do
          anfitrião suportar devtmpfs,
          [então] nós podemos simplesmente montar um devtmpfs em $LFS/dev e confiar no núcleo para povoá-lo.
        
          Porém, alguns núcleos de anfitrião carecem de suporte a
          devtmpfs; essas distribuições
          anfitriãs usam métodos diferentes para criar o conteúdo do
          /dev. Assim, a única maneira
          agnóstica ao anfitrião para povoar o diretório $LFS/dev é a de montar vinculadamente o diretório
          /dev do sistema anfitrião. Uma
          montagem vinculada é um tipo especial de montagem que produz uma
          sub árvore de diretórios ou de um arquivo visível em algum outro
          local. Use o seguinte comando para fazer isso.
        
mount -v --bind /dev $LFS/dev
Agora monte os restantes sistemas de arquivos virtuais do núcleo:
mount -vt devpts devpts -o gid=5,mode=0620 $LFS/dev/pts mount -vt proc proc $LFS/proc mount -vt sysfs sysfs $LFS/sys mount -vt tmpfs tmpfs $LFS/run
O significado das opções de montagem para devpts:
gid=5
            
                Isso garante que todos os nós de dispositivos criados pelo
                devpts são titularizados pelo ID de grupo 5. Esse é o ID que
                usaremos mais tarde para o grupo tty. Nós usamos o ID de grupo em vez de
                um nome, pois o sistema anfitrião pode usar um ID diferente
                para o grupo tty dele.
              
mode=0620
            Isso garante que todos os nós de dispositivos criados pelo devpts tenham o modo 0620 (legível e escrevível por usuário(a), escrevível por grupo). Juntamente com a opção acima, isso garante que o devpts criará nós de dispositivos que atendam às exigências de grantpt(), significando que o binário auxiliar da Glibc pt_chown (que não é instalado por padrão) não é necessário.
          Em alguns sistemas anfitriões, /dev/shm é um link simbólico para um diretório,
          tipicamente /run/shm. O tmpfs do /run
          foi montado acima, de modo que, nesse caso, somente um diretório
          precisa ser criado com as permissões corretas.
        
          Em outros sistemas anfitriões, /dev/shm é um ponto de montagem para um tmpfs.
          Nesse caso, a montagem do /dev acima somente criará /dev/shm como
          um diretório no ambiente chroot. Nessa situação, nós precisamos
          montar explicitamente um tmpfs:
        
if [ -h $LFS/dev/shm ]; then install -v -d -m 1777 $LFS$(realpath /dev/shm) else mount -vt tmpfs -o nosuid,nodev tmpfs $LFS/dev/shm fi