Os arquivos em /etc/sysconfig/
usualmente determinam quais interfaces são levantadas e derrubadas
pelo conjunto de comandos sequenciais da rede de comunicação. Esse
diretório deveria conter um arquivo para cada interface a ser
configurada, tal como ifconfig.xyz
,
onde “xyz”
descreve a placa da rede de comunicação. O nome da interface (por
exemplo, eth0) usualmente é apropriado. Cada arquivo contém os
atributos de uma interface, tais como endereço(s) IP dela, máscaras
de sub-rede, e por aí vai. A base do nome do arquivo precisa ser
ifconfig.
Se o procedimento na seção anterior não foi usado, o Udev atribuirá nomes de interface da placa de rede de comunicação baseados em características físicas do sistema, tais como enp2s1. Se não tiver certeza qual é teu nome de interface, você sempre pode executar ip link ou ls /sys/class/net depois que tenha inicializado o teu sistema.
Os nomes de interface dependem da implementação e configuração do processo de segundo plano udev executando no sistema. O processo de segundo plano udev para o LFS (instalado na Seção 8.76, “Udev originário de Systemd-257.3”) não executará até que o sistema LFS seja inicializado. Assim, os nomes de interface no sistema LFS não podem sempre ser determinados executando-se aqueles comandos na distribuição anfitriã, mesmo no ambiente chroot.
O seguinte comando cria um arquivo de amostra para o dispositivo eth0 com um endereço estático de IP:
cd /etc/sysconfig/ cat > ifconfig.eth0
<< "EOF"ONBOOT=
EOFyes
IFACE=eth0
SERVICE=ipv4-static
IP=192.168.1.2
GATEWAY=192.168.1.1
PREFIX=24
BROADCAST=192.168.1.255
Os valores em itálico precisam ser mudados em cada arquivo, para configurar as interfaces corretamente.
Se a variável ONBOOT
estiver configurada
para yes
, o conjunto de comandos
sequenciais da rede de comunicação do System V levantará a Network
Interface Card (NIC) durante o processo de inicialização do
sistema. Se configurada para qualquer coisa exceto yes
, a NIC será ignorada pelo conjunto de comandos
sequenciais da rede de comunicação e não será iniciada
automaticamente. As interfaces podem ser manualmente iniciadas ou
paradas com os comandos ifup e ifdown.
A variável IFACE
define o nome da
interface, por exemplo, eth0. Ela é exigida para todos os arquivos
de configuração do dispositivo da rede de comunicação. A extensão
do nome do arquivo precisa corresponder a esse valor.
A variável SERVICE
define o método usado
para obter o endereço de IP. O pacote LFS-Bootscripts tem um
formato modular de atribuição de IP, e criar arquivos adicionais no
diretório /lib/services/
permite
outros métodos de atribuição de IP. Isso é comumente usado para
Dynamic Host Configuration Protocol (DHCP), o qual está endereçado
no livro BLFS.
A variável GATEWAY
deveria conter o
endereço padrão de IP do gateway, se um estiver presente. Se não,
então comente a variável inteiramente.
A variável PREFIX
especifica o número de
bits usados na sub-rede. Cada segmento de um endereço de IP é 8
bits. Se a máscara de rede da sub-rede for 255.255.255.0, então ela
está usando os primeiros três segmentos (24 bits) para especificar
o número da rede de comunicação. Se a máscara de rede for
255.255.255.240, a sub-rede está usando os primeiros 28 bits.
Prefixos mais longos que 24 bits são comumente usados por DSL e
Internet Service Providers (ISPs) baseados em cabos. Nesse exemplo
(PREFIX=24), a máscara de rede é 255.255.255.0. Ajuste a variável
PREFIX
de acordo com tua sub-rede
específica. Se omitida, o PREFIX padroniza para 24.
Para mais informação veja-se a página de manual do ifup.
O sistema precisará de algum meio de obter resolução de nome do
Domain Name Service (DNS) para resolver nomes de domínio da
Internet para endereços de IP, e vice versa. Isso é melhor
alcançado colocando-se o endereço de IP do servidor de DNS,
disponível a partir do ISP ou do(a) administrador(a) da rede de
comunicação, no /etc/resolv.conf
.
Crie o arquivo executando o seguinte:
cat > /etc/resolv.conf << "EOF"
# Início do /etc/resolv.conf
domain <Seu Nome de Domínio>
nameserver <Endereço de IP do seu servidor primário de nome>
nameserver <Endereço de IP do seu servidor secundário de nome>
# Fim do /etc/resolv.conf
EOF
A declaração domain
pode ser omitida
ou substituída por uma declaração search
. Veja-se a página de manual para
resolv.conf para mais detalhes.
Substitua <Endereço IP do servidor
de nomes>
pelo endereço de IP do DNS mais apropriado
para a configuração. Frequentemente existirá mais que uma entrada
(exigências demandam servidores secundários para recurso de
substituto). Se você precisa ou quer somente um servidor de DNS,
remova a segunda linha nameserver do arquivo. O endereço de IP
também possivelmente seja um roteador na rede local de comunicação.
Os endereços do DNS IPv4 Público do Google são 8.8.8.8 e 8.8.4.4.
Durante o processo de inicialização, o arquivo /etc/hostname
é usado para estabelecer o nome de
dispositivo do sistema.
Crie o arquivo /etc/hostname
e
informe um nome de dispositivo executando:
echo "<lfs>
" > /etc/hostname
<lfs>
precisa ser
substituído pelo nome dado para o computador. Não informe o Fully
Qualified Domain Name (FQDN) aqui. Essa informação vai no arquivo
/etc/hosts
.
Decida acerca de um "Fully-Qualified Domain Name" ("FQDN"), e
possíveis apelidos para uso no arquivo /etc/hosts
. Se usar endereços estáticos de IP,
[então] você também precisará decidir acerca de um endereço de IP.
A sintaxe para uma entrada de arquivo "hosts" é:
Endereços_IP meuhost.exemplo.org apelidos
A menos que o computador seja para estar visível para a Internet (por exemplo, existe um domínio registrado e um bloco válido de endereços atribuídos de IP—a maioria dos(as) usuários(as) não tem isso), assegure-se de que o endereço de IP está no intervalo de endereço privado de IP da rede de comunicação. Intervalos válidos são:
Intervalo de Endereço Privado de Rede Prefixo Normal
10.0.0.1 - 10.255.255.254 8
172.x.0.1 - 172.x.255.254 16
192.168.y.1 - 192.168.y.254 24
x pode ser qualquer número no intervalo 16-31. y pode ser qualquer número no intervalo 0-255.
Um endereço de IP privado válido poderia ser 192.168.1.2.
Se o computador for para estar visível para a Internet, [então] um "FQDN" válido pode ser o próprio nome de domínio ou uma sequência de caracteres resultante da concatenação de um prefixo (geralmente o nome do dispositivo) e o nome de domínio com um caractere “.”. E você precisa contactar o provedor de domínio para resolver o "FQDN" para seu endereço de IP público.
Mesmo se o computador não estiver visível para a Internet, um
"FQDN" ainda é necessário para determinados programas, tais como
"MTAs", funcionarem corretamente. Um "FQDN" especial, localhost.localdomain
, pode ser usado para essa
finalidade.
Crie o arquivo /etc/hosts
executando:
cat > /etc/hosts << "EOF"
# Inicia /etc/hosts
127.0.0.1 localhost.localdomain localhost
127.0.1.1 <FQDN>
<NOMEDISPOSITIVO>
<192.168.1.2>
<FQDN>
<NOMEDISPOSITIVO>
[apelido1] [apelido2 ...]
::1 localhost ip6-localhost ip6-loopback
ff02::1 ip6-allnodes
ff02::2 ip6-allrouters
# Termina /etc/hosts
EOF
Os valores <192.168.1.2>
, <FQDN>
e <NOMEDISPOSITIVO>
precisam
ser mudados para usuários(as) ou exigências específicos(as) (se
atribuído um endereço de IP por um(a) administrador(a) da rede de
intercomunicação/sistema e a máquina estará conectada a uma rede
existente de intercomunicação). O(s) nome(s) de apelido(s)
opcional(is) pode(m) ser omitido(s).