Como a maior parte dos outros sistemas operacionais, o LFS geralmente é instalado em uma partição dedicada. A abordagem recomendada para construir um sistema LFS é a de usar uma partição disponível vazia ou, se você tiver espaço suficiente não particionado, criar uma.
Um sistema mínimo exige uma partição com cerca de dez (10) gigabytes (GB). Isso é suficiente para armazenar todos os tarballs dos fontes e compilar os pacotes. Entretanto, se o sistema LFS for concebido para ser o sistema Linux principal, [então] aplicativos adicionais provavelmente serão instalados os quais exigirão espaço adicional. Uma partição de trinta (30) GB é um tamanho razoável para permitir o crescimento. O sistema LFS em si não ocupará esse espaço todo. Uma boa parte dessa exigência é para fornecer armazenamento temporário livre suficiente. Adicionalmente, a compilação de pacotes pode exigir um monte de espaço de disco que será recuperado após o pacote ser instalado.
Como nem sempre existe Memória de Acesso Aleatório (RAM) suficiente
disponível para processos de compilação, é uma boa ideia usar uma
pequena partição de disco como espaço de swap
. Ele é usado pelo kernel para armazenar
dados raramente usados e deixa mais memória disponível para processos
ativos. A partição de swap
para um
sistema LFS pode ser a mesma que aquela usada pelo sistema anfitrião,
caso no qual não é necessário criar outra.
Inicie um aplicativo de particionamento de disco como o cfdisk ou o fdisk com uma opção de linha de
comando indicando o disco rígido no qual a nova partição será
criada—por exemplo /dev/sda
para a
unidade primária de disco. Crie uma partição nativa Linux e uma
partição swap
, se necessária. Por
favor, recorra a cfdisk(8)
ou a
fdisk(8)
se você ainda não sabe como
usar os aplicativos.
Para usuários experientes, outros esquemas de partição são possíveis. O novo sistema LFS pode estar em um vetor de software RAID ou em um volume lógico LVM. Entretanto, algumas dessas opções exigem um initramfs, o que é um tópico avançado. Essas metodologias de particionamento não são recomendadas para usuárias(os) do LFS pela primeira vez.
Lembre-se da designação da nova partição (por exemplo, sda5
). Este livro se referirá a essa como a
partição do LFS. Lembre-se também da designação da partição
swap
. Esses nomes serão necessários
posteriormente para o arquivo /etc/fstab
.
Solicitações de conselhos a respeito de particionamento do sistema frequentemente são postados nas listas de discussão do LFS. Esse é um tópico altamente subjetivo. O padrão para a maioria das distribuições é o de usar a unidade inteira com a exceção de uma pequena partição de swap. Isso não é ideal para o LFS por várias razões. Isso reduz flexibilidade; torna o compartilhamento de dados entre múltiplas distribuições ou construções do LFS mais difícil; torna as cópias de segurança mais demoradas; e podem desperdiçar espaço de disco devido à alocação ineficiente de estruturas do sistema de arquivos.
Uma partição raiz do LFS (não confundir com o diretório
/root
) de vinte (20) gigabytes é
uma boa escolha para a maior parte dos sistemas. Ela fornece
espaço suficiente para construir o LFS e a maior parte do BLFS,
mas é pequena o suficiente de forma que múltiplas partições podem
ser criadas facilmente para experimentação.
A maioria das distribuições automaticamente cria uma partição swap. Geralmente o tamanho recomendado da partição swap é o de cerca de o dobro da quantidade de RAM física, entretanto isso raramente é necessário. Se o espaço de disco for limitado, [então] mantenha a partição swap com dois (2) gigabytes e monitore a quantidade de troca de disco.
Se você quiser usar o recurso da hibernação do Linux (suspend-to-disk), copia o conteúdo da RAM para a partição swap antes de desligar a máquina. Nesse caso o tamanho da partição swap deveria ser pelo menos tão grande quanto a RAM instalada do sistema.
O uso de swap nunca é bom. Para unidades rígidas mecânicas você geralmente pode dizer se um sistema está usando swap simplesmente monitorando a atividade do disco e observando como o sistema reage a comandos. Com um SSD você não estará apta(o) a monitorar swap, porém você consegue dizer quanto espaço de swap está sendo usado executando os aplicativos top ou free. O uso de um SSD para uma partição swap deveria ser evitado se possível. A primeira reação em caso de uso de swap deveria ser verificar se existe um comando irracional como tentar editar um arquivo de cinco gigabytes. Se o uso de swap se tornar uma ocorrência recorrente, [então] a melhor solução é a de comprar mais RAM para seu sistema.
Se o disco de inicialização tiver sido particionado com a Tabela de Partição GUID (GPT), então uma partição pequena, tipicamente um (1) MB, precisa ser criada se ela já não existir. Essa partição não é formatada, porém precisa estar disponível para o GRUB usar durante a instalação do carregador de inicialização. Essa partição normalmente será rotulada de 'BIOS Boot' se usar o fdisk ou terá um código de EF02 se usar o comando gdisk.
A Partição de Bios Grub precisa estar na unidade que o BIOS usa para inicializar o sistema. Essa não é necessariamente a unidade que mantém a partição raiz do LFS. Os discos em um sistema possivelmente usem tipos diferentes de tabela de partição. A necessidade da partição de Bios Grub depende apenas do tipo de tabela de partição do disco de inicialização.
Existem várias outras partições que não são exigidas, porém deveriam ser consideradas ao se projetar um layout de disco. A lista seguinte não é abrangente, mas é entendida como um guia.
/boot – Altamente recomendada. Use essa partição para armazenar os kerneis e outras informações de inicialização. Para minimizar potenciais problemas de inicialização com discos maiores, torne essa a primeira partição física na sua primeira unidade de disco. Um tamanho de partição de duzentos (200) megabytes é adequado.
/boot/efi – A Partição do Sistema EFI, a qual é necessária para inicializar o sistema com UEFI. Leia-se a página do BLFS para detalhes.
/home – Altamente recomendada. Compartilhe seu diretório home e personalizações de usuário(a) entre múltiplas distribuições ou construções do LFS. O tamanho geralmente é bastante grande e depende do espaço de disco disponível.
/usr – No LFS, /bin
,
/lib
e /sbin
são links simbólicos para seus
homólogos em /usr
. Assim
/usr
contém todos os binários
necessários para o sistema executar. Para o LFS, uma
partição separada para /usr
normalmente não é necessária. Se, de qualquer maneira, você
criá-la, [então] você deveria tornar uma partição grande o
suficiente para acomodar todos os aplicativos e bibliotecas
no sistema. A partição raiz pode ser bem pequena (talvez
apenas um gigabyte) nessa configuração, de forma que ela
seja adequada para um "thin client" ou estação de trabalho
sem disco (onde /usr
é
montado a partir de um servidor remoto). Entretanto, você
deveria estar ciente de que um initramfs (não coberto pelo
LFS) será necessário para inicializar um sistema com
partição /usr
separada.
/opt – Esse diretório é mais útil para o BLFS onde múltiplos pacotes grandes como o KDE ou o Texlive podem ser instalados sem embutir os arquivos na hierarquia /usr. Se usado, 5 a 10 gigabytes geralmente é adequado.
/tmp – Por padrão, o systemd monta um tmpfs
aqui. Se você quiser substituir
esse comportamento, siga Seção 9.10.3,
“Desabilitando tmpfs para /tmp” quando configurar o
sistema LFS.
/usr/src – Essa partição é muito útil para disponibilizar um local para armazenar os arquivos fonte do BLFS e compartilhá-los entre construções do LFS. Ela também pode ser usada como um local para construir pacotes do BLFS. Uma partição razoavelmente grande de 30 a 50 gigabytes fornece abundância de espaço.
Qualquer partição separada que você queira montada
automaticamente quando o sistema iniciar precisa ser especificada
no arquivo /etc/fstab
. Detalhes a
respeito do como especificar partições serão discutidos na
Seção 10.2, “Criando o
Arquivo /etc/fstab”.