Os arquivos em /etc/sysconfig/
usualmente determinam quaisquer interfaces são levantadas e
derrubadas pelo script da rede de comunicação. Esse diretório
deveria conter um arquivo para cada interface a ser configurada,
tal como ifconfig.xyz
, onde
“xyz”
descreve a placa da rede de comunicação. O nome da interface (por
exemplo, eth0) usualmente é apropriado. Cada arquivo contém os
atributos de uma interface, tais como endereço(s) IP dela, máscaras
de sub-rede, e por aí vai. A base do nome do arquivo precisa ser
ifconfig.
Se o procedimento na seção anterior não foi usado, [então] o Udev atribuirá nomes de interface da placa de rede de comunicação baseados em características físicas do sistema, tais como enp2s1. Se você não tem certeza qual é seu nome de interface, [então] você sempre pode executar ip link ou ls /sys/class/net depois que você tenha inicializado o seu sistema.
Os nomes de interface dependem da implementação e configuração do processo de segundo plano Udev em execução no sistema. O processo de segundo plano Udev para o LFS (instalado na Seção 8.70, “Eudev-3.2.11”) não executará até que o sistema LFS seja inicializado. Assim, os nomes de interface no sistema LFS não pode sempre ser determinado executando-se aqueles comandos na distribuição anfitriã, mesmo no ambiente chroot.
O seguinte comando cria um arquivo modelo para o dispositivo eth0 com um endereço estático de IP:
cd /etc/sysconfig/ cat > ifconfig.eth0
<< "EOF"ONBOOT=
EOFyes
IFACE=eth0
SERVICE=ipv4-static
IP=192.168.1.2
GATEWAY=192.168.1.1
PREFIX=24
BROADCAST=192.168.1.255
Os valores em itálico precisam ser mudados em cada arquivo para configurar corretamente.
Se a variável ONBOOT
estiver configurada
para “yes”,
[então] o script da rede de comunicação do System V levantará a
Network Interface Card (NIC) durante o processo de inicialização do
sistema. Se configurado para qualquer coisa exceto “yes”, [então] a NIC será
ignorada pelo script da rede de comunicação e não será iniciada
automaticamente. As interfaces podem ser manualmente iniciadas ou
paradas com os comandos ifup e ifdown.
A variável IFACE
define o nome da
interface, por exemplo, eth0. Ela é exigida para todos os arquivos
de configuração do dispositivo da rede de comunicação. A extensão
do nome do arquivo precisa corresponder a esse valor.
A variável SERVICE
define o método usado
para obter o endereço de IP. O pacote LFS-Bootscripts tem um
formato modular de atribuição de IP, e criar arquivos adicionais no
diretório /lib/services/
permite
outros métodos de atribuição de IP. Isso é comumente usado para
Dynamic Host Configuration Protocol (DHCP), o qual é endereçado no
livro BLFS.
A variável GATEWAY
deveria conter o
endereço padrão de IP do gateway, se um estiver presente. Se não,
então comente a variável inteiramente.
A variável PREFIX
especifica o número de
bits usados na sub-rede. Cada segmento de um endereço de IP é 8
bits. Se a máscara de rede da sub-rede for 255.255.255.0, então ela
está usando os primeiros três segmentos (24 bits) para especificar
o número da rede de comunicação. Se a máscara de rede for
255.255.255.240, [então] a sub-rede está usando os primeiros 28
bits. Prefixos mais longos que 24 bits são comumente usados por DSL
e Internet Service Providers (ISPs) baseados em cabos. Nesse
exemplo (PREFIX=24), a máscara de rede é 255.255.255.0. Ajuste a
variável PREFIX
de acordo com sua
sub-rede específica. Se omitida, [então] o PREFIX padrão é 24.
Para mais informação veja-se a página de manual do ifup.
O sistema precisará de alguma meio de obter resolução de nome do
Domain Name Service (DNS) para resolver nomes de domínio da
Internet para endereços de IP, e vice versa. Isso é melhor
alcançado colocando o endereço de IP do servidor de DNS, disponível
a partir do ISP ou do(a) administrador(a) da rede de comunicação,
no /etc/resolv.conf
. Crie o arquivo
executando o seguinte:
cat > /etc/resolv.conf << "EOF"
# Início do /etc/resolv.conf
domain <Seu Nome de Domínio>
nameserver <Endereço de IP do seu servidor primário de nome>
nameserver <Endereço de IP do seu servidor secundário de nome>
# Fim do /etc/resolv.conf
EOF
A declaração domain
pode ser omitida
ou substituída por uma declaração search
. Veja-se a página de manual para
resolv.conf para mais detalhes.
Substitua <Endereço IP do servidor
de nome>
pelo endereço de IP do DNS mais apropriado
para a configuração. Frequentemente existirá mais que uma entrada
(exigências demandam servidores secundários para recurso de
substituto). Se você precisa ou quer somente um servidor de DNS,
[então] remova a segunda linha servidornome do arquivo. O endereço de
IP também possivelmente seja um roteador na rede local de
comunicação.
Os endereços do DNS do Google Public IPv4 são 8.8.8.8 e 8.8.4.4.
Durante o processo de inicialização, o arquivo /etc/hostname
é usado para estabelecer o nome de
dispositivo do sistema.
Crie o arquivo /etc/hostname
e
informe um nome de dispositivo executando:
echo "<lfs>
" > /etc/hostname
<lfs>
precisa ser
substituído pelo nome dado para o computador. Não informe o Fully
Qualified Domain Name (FQDN) aqui. Essa informação vai no arquivo
/etc/hosts
.
Decida acerca do endereço de IP, Fully-Qualified Domain Name
(FQDN), e possíveis apelidos para uso no arquivo /etc/hosts
. A sintaxe é:
Endereços_IP meuhost.exemplo.org apelidos
A menos que o computador seja para estar visível para a Internet (por exemplo, existe um domínio registrado e um bloco válido de endereços atribuídos de IP—a maioria dos(as) usuários(as) não tem isso), assegure-se de que o endereço de IP está no intervalo de endereço privado de IP da rede de comunicação. Intervalos válidos são:
Intervalo de Endereço Privado de Rede Prefixo Normal
10.0.0.1 - 10.255.255.254 8
172.x.0.1 - 172.x.255.254 16
192.168.y.1 - 192.168.y.254 24
x pode ser qualquer número no intervalo 16-31. y pode ser qualquer número no intervalo 0-255.
Um endereço privado válido de IP poderia ser 192.168.1.1. Um FQDN válido para esse IP poderia ser lfs.exemplo.org.
Mesmo se não se usar uma placa da rede de comunicação, um FQDN válido ainda é exigido. Isso é necessário para certos aplicativos operarem corretamente.
Crie o arquivo /etc/hosts
executando:
cat > /etc/hosts << "EOF"
# Inídio do /etc/hosts
127.0.0.1 localhost.localdomain localhost
127.0.1.1 <FQDN>
<NOMEHOST>
<192.168.1.1>
<FQDN>
<NOMEHOST>
[apelido1] [apelido2 ...]
::1 localhost ip6-localhost ip6-loopback
ff02::1 ip6-allnodes
ff02::2 ip6-allrouters
# Fim do /etc/hosts
EOF
Os valores <192.168.1.1>
, <FQDN>
e <NOMEHOST>
precisam ser
mudados para usuários(as) ou exigências específicos(as) (se
atribuído um endereço de IP por um(a) administrador(a) da rede de
comunicação/sistema e a máquina estará conectada a uma rede
existente de comunicação). O(s) nome(s) de apelido(s) opcional(is)
pode(m) ser omitido(s).